27 novembro 2006

DUBSTEP viruzzzzz: contaminação (parte 2)

KODE9 & SPACEAPE

no Festival "Roots & Routes"

Sábado 9 Dezembro 2006
@
Music Box
(antigo Texas Bar - Cais do Sodré/Lisboa)
...
Entrada (para o 3º dia do Festival - dia 9):
18€ (em pré-venda nas lojas Flur, Supafly e Skool)
22€ (à porta)

Depois da ZDB nos ter "infectado" e "afectado" com a primeira de(monstra)ção DUBSTEP (via DMZ), Lisboa vai ser de novo "assaltada" pelo "vírus".

O "portador" desta vez é o Festival "Roots & Routes", organizado pela Journeys, a decorrer entre 7 e 10 de Dezembro.

No 3º "round" (Sábado, dia 9), quem quiser pode perceber, no ex-Texas Bar, "why the West is lost". A "cowboyada" terá como "índios" principais a dupla KODE9 & SPACEAPE.

(Spaceape à esquerda, Kode9 à direita)

Geneticamente nascido na Escócia (Glasgow), Kode9 (Steve Goodman) começou a crescer "musicalmente" como DJ. Aos 16 anos misturava Reggae com Hiphop, Funk, Jazz e House. A meio dos anos 90, com a entrada em cena dos "junglists", dos "drama-básicos" e do Breakbeat Hardcore, muda de direcção. A combinação das "basslines" do Jungle com vozes Ragga e beats Dancehall é o que mais o faz mexer entre 94 a 96. No ano seguinte instala-se em Brixton e "mergulha" nos "emergentes" 2 Step e UK Garage, versão "dark". Mas a maior proximidade com a "jamaican soundsystem culture" e com as frequentes mutações do Dub, foram o motivo principal para se envolver no universo Dubstep, por volta de 1999/2000.

Iniciado em 2002 e publicado apenas em 2004, "Sign of the Dub", com a participação vocal de Daddi Gee, marca a estreia de Kode9 à frente da HYPERDUB.

Gravaram também para esta editora, Burial e Pressure (um dos "disfarces" de Kevin Martin, mais conhecido por The Bug, padrinho do Noisy Dancehall e brevemente motivo de "postagem" aqui no "Farward Sound").

Poucos meses depois de "Sign of the Dub" (re-editado em Setembro passado com o título "Sine of the Dub"), Kode9 e os "companheiros d'armas" Digital Mystikz e Loefah "atravessam" a fronteira do "underground" com "Grime 2", a 2ª compilação da Rephlex dedicada ao Dubstep, que lhes permitiu chegar a um público mais vasto e variado.

A actividade de DiscoJoca, especialmente na "pirata" RinseFM e nas "sessões" "Forward", em Londres, contribuiram também para a (r)evolução da "tribo do Dubstep" e para o reconhecimento de "CódigoNove" como um dos seus principais "cabecilhas".

"Spit", "Kingstown", "Backward" e "Curious" foram as estacas seguintes do "hyperdubalhesco" Kode9 e do "profeta do futuro próximo, sem futuro" Space Ape.

Na parte de trás de um "Backward" que faz imaginar como seria Linton Kwesi Johnson no ano 2030, fica "9 Samurai". Para ver o video deste tema, toca .

Se os "tapados" da imprensa musical começam finalmente a prestar a devida atenção à "novidade", se os militantes do "bicho" crescem que nem cogumelos no mundo inteiro (para prová-lo, a "dupla" mais criativa do Dubstep actua em Moscovo, Pequim e Xangai, antes de Lisboa), se o "vírus" se entranha cada vez mais fundo na pele, na carne, nos ossos e no espírito daqueles que se lhe expõem, "Memories of the Future", 1º álbum do "cientista" e "filósofo" Kode9 com o declamador e visionário Space Ape, vem lembrar-nos, rescrevendo, o sentido da "bass poetry", desbravando ao mesmo tempo caminhos desconhecidos, como se estivéssemos perdidos e condenados numa nave espacial chamada Terra, à deriva, mas em direcção a um "buraco negro".

Como realmente estamos (e quando lá chegarmos, adeus, memórias, bye bye, futuro).

Kode9 mostra-nos um mundo a estremecer numa "ecologia do medo", à medida que a tecnologia faz daquilo a que nos habituámos a chamar de "ficção cientifica", a realidade do presente.

E fala-nos também de uma "guerra sónica" a nível global, longa e interessante teoria em "prática", que brevemente dará origem à publicação de um livro, escrito pelo próprio.

Essa "teoria em prática" é explicada no "kode9 blog" através de vários artigos com a designação de "sonic warfare".

Podem encontrar-se ainda uma série de textos sobre outros assuntos, desde a resposta à pergunta "o que é um Dub zombie?" até uma lista diária dos locais e das vítimas dos hipócritas "danos colaterais" causados pela presença de tropas do "Eixo do Bem" no Iraque (classificada como "a lista do terror").

Para quem tem tempo e vontade de descobrir em Kode9 muito mais que um "cientista musical", aconselha-se, tanto quanto a audição dos seus trabalhos, a leitura do dito "kode9 blog" duma ponta à outra.

E mais se aconselha ainda uma rápida passagem por qualquer das 3 lojas referidas no ínicio desta "posta", para gastar 18 euros e não perder a oportunidade de os ver e ouvir no próximo Sábado, juntamente com outras "viroses" que se vão espalhar no ex-Texas: Boxcutter, Geiom e a dupla tuga Unidade Conspira.

Entrevistas de Kode9:

Fact Magazine

Roots People (1ª parte)

Roots People (2ª parte)

Linx 2 Kode9/Spaceape/Hyperdub:

20 novembro 2006

Jah quê? Jahcoozi?!

JAHCOOZI em Lisboa
SÁBADO 25 NOVEMBRO 2006 (23h)
Entrada: 5 euros
...
Além de fazer bem às peles (e não só), Jahcoozi é o nome dum trio formado em 2003, por "Robot" Koch (produtor berlinense com insónias frequentes), Oren Gorlitz (baixista, guitarrista e produtor israelita, com escola de jazz feita em Tel Aviv) e Sasha Perera (uma "tigra" com voz de M.I.A., ex-modelo, autora de letras sobre "black barbies" e "asian bride magazines", nascida em Londres, mas com raízes no Sri Lanka - tal como a intérprete de "Galang").
Duas versões distintas explicam o 1º encontro entre Koch e Sasha, em 2002.
Uma diz-nos que se conheceram através do "amigo de um amigo". Ele ouviu e gostou da voz e das letras dela. Ela ouviu e gostou dos beats dele.
A outra versão, mais interessante, põe a hipótese dos 2 se terem cruzado num bar de "strip", onde ela lhe terá dito que queria deixar "aquela vida" (de "stripper").
Quanto ao homem da Guitarra e do Baixo, parece que foi recrutado num web forum.

Antes da experiência no "Jahcoozi", Sasha e Koch tocaram juntos numa banda do circuito "underground" de Berlim (a Taliband...), até ao dia em que gravaram, só os 2, o tema "Black Barbie", uma valente "piçada" nas "black magic women" e particularmente nas "madames" do R'n'B que gostam de se fazer passar por "donas de casa ideais" (palavras da própria).
"Black Barbie" ficou para a história como 1º single do grupo, sendo também a porta de entrada para "Pure Breed Mongrel", único álbum editado até à data (o próximo tá quase pronto).
Para ouvir "Pure Breed Mongrel" do princípio ao fim, farward to Kitty-Yo (a editora).
E não estranhem a imagem seguinte... é só a capa do álbum.

Mas afinal o que fazem juntas estas 3 "personagens"?
Dizem que gostam de juntar as ideias uns dos outros de forma espontânea... e no fim... logo se vê.
O resultado tem passado, entre outras coisas, por beats de Dancehall, HipHop e Electrónica, com cheirinho a "pop limão".
Há quem tenha tentado defini-los de forma mais "simples" e "concreta": blip hop, ragga-tech, RnB punk, click pop illectronica.
E há também semelhanças com M.I.A. (inegáveis em alguns temas), além de muito surrealismo de pincelada "freak".

Vale a pena referir alguns dos tipos de espaços e locais onde actuaram (galerias, snack's de "kebab", festivais de arte digital para "nerds", raves "neo hippie" ou países como Singapura e Malásia), bem como bandas com quem partilharam palcos (Public Enemy, Peaches, Aphex Twin, Jamie Lidell, Chicks on Speed).

Completam o "quadro", temas com títulos sugestivos, como "Shake the Doom", "Ali Mc Bills", "Jah C/DC" ou "Pop your pussy like this".

Sábado, no Clube Mercado, talvez alguém pense: "a tradição jah não é o que era". Com razão.

www.jahcoozi.com

www.myspace.com/jahcoozi

site da editora Kitty-Yo

15 novembro 2006

Vem aí a "virose" DUBSTEP! watch out!

1º evento dubstep em Portugal
...
SÁBADO 18 NOVEMBRO (22h)
ATENEU DE LISBOA
(ao lado do Coliseu)
entrada: 10€

DIGITAL MYSTIKZ - LOEFAH - mc SGT. POKES

"Parte do que fazemos é rejeitar o culto da celebridade"
Loefah
...
Lisboa vai ser atacada por um vírus (des)conhecido por DUBSTEP.
Foi "ouvido" pela primeira vez a "morder" na "Big Apple" (não na "grande maçã" americana como o Bin, mas numa loja de discos com esse nome, situada em Croydon, nos súburbios do sul de Londres).
Na dita "Big Apple" dos vinis (que já não existe) foram encontrados os primeiros vestígios de batidas e estruturas semelhantes ao Grime e ao UK Garage, oom reduzida presença da voz, mas sobretudo com utilização abusiva dos "graves", lembrando por um lado os "baixos pesados" do Jungle e, por outro, os efeitos típicos do Dub jamaicano "made in UK".
Alguns dos actuais responsáveis pela expansão do vírus frequentaram, nos anos 90, "cursos intensivos" de "bass pressure" (nas sessões "Metalheadz" do "Drum'n'Bass Godfather" Goldie e nos Uk Dub soundsystems de Iration Steppas ou Mad Professor).
Amadurecido em "laboratórios caseiros" equipados com Fruity Loops, foi passando quase despercebido, actuando com discrição em festas "underground", rodando de ouvido em ouvido em fóruns e blogs internáuticos, no myspace e através da rádio-pirata Rinse FM de Londres. A imprensa musical e as restantes rádios ignoraram-lhe o avanço, enquanto se espalhava calmamente pela capital e por outras cidades inglesas (Bristol e Leeds, principalmente) uma "nova arma de destruição maciça". A pouco e pouco começou a "afectar" também pequenas comunidades no centro da Europa e nos Estados Unidos.
E agora, no mesmo ano em que sai completamente da "casca", chega a Lisboa para continuar o "contágio".
...
Como "introdução" à curta história deste "agente patogénico" e dos seus principais activistas (DMZ's incluídos), espreitem este "dubstep doc" (um documentário de 7'40" produzido pela BBC).
...
Apesar dos 5 anos de propagação e da "globalização internáutica", só este ano começaram a aparecer os primeiros artigos em revistas e jornais e sobretudo os primeiros programas de rádio exclusivamente dedicados ao género.
Em Portugal já existem pelo menos 2 - "TransMissão Conspira" na Rádio Zero do Instituto Superior Técnico e "Batida Crítica" na RUC - Rádio Universitária de Coimbra.
...
Mala (DIGITAL MYSTIKZ)
...
LOEFAH
Para primeiro contacto ao vivo com o recente "passo do Dub" não se podia pedir muito melhor. Aliás, podia mas não vale a pena, porque já lá vem a dupla mais criativa do "dubstep" actual, Kode 9 e Spaceape, igualmente esperada em Lisboa, entre 7 e 10 de Dezembro, em local e data por confirmar.

Sobre os Digital Mystikz (Mala e Coki) e Loefah, apesar de terem entrado no barco só em 2004, foram incluídos desde logo no lote de principais referências do meio, juntamente com Skream (alguém faz o favor de trazer este "puto" a Lisboa?), Hatcha, Youngsta, Benga, Burial, N-Type e os citados Kode 9 & Spaceape.

Através da dezena de EP's publicados na editora criada pelos próprios (DMZ), de colaborações com companheiros de aventura, de participações em colectâneas e até de temas gravados para a Soul Jazz, os Digital Mystikz têm contribuído consistentemente para a "expansão" e diversidade do género.

Mas estes vizinhos e amigos de longa data têm conquistado ainda mais apoios para a sua "frente de combate" nas "underground" e cada vez mais "overcrowded" "noites DMZ", seja em Londres, no resto de Inglaterra ou em cidades europeias.

Para uma melhor ideia sobre a "cena" Dubstep sugere-se um artigo saído na edição de Outubro da "Time Out - London".

Frases soltas...

Descrição de Kode9 sobre uma noite "dubstep": "Há apenas uma luz azul. O "sub-bass" torna o ar pesado. É como fazer uma rave, tipo 20 mil-léguas submarinas, no fundo do mar. De vez em quando vêem-se uns peixes, uns "tubarões" e até golfinhos".

Loefah sobre as noites DMZ: "Só queremos 2 grandes "speakers", uma sala escura e nada mais. É tão simples quanto isto. Não escrevemos nada nos flyers além do sítio, de quem vai tocar e de quanto se paga para entrar. Nem sequer dizemos Dubstep"

"Come meditate on bass weight" (Digital Mystikz)

14 novembro 2006

Prefácio do pós-Rewind

FORWARD - FARWARD - FARWORD
...................................................................................
ATENÇÃO: Acabou de entrar numa zona de "altas pressões".
Não se assumem (ir)responsabilidades por eventuais danos causados aos visitantes desta página.
...................................................................................
Nesta área (conta)minada vão passar sonoros do presente "com futuro", mais ou menos estranhos e praticamente ignorados nas "webpages" 'tugas (salvo raras excepções).
Os exemplos (que andam a fazer estremecer as colunas do prédio onde vivo e a paciência dos vizinhos) vão desde Dancehall Electrónico em vinil aparentemente riscado, HipHop do Quebéc misturado com instrumentos do Médio Oriente (cheios de noise por baixo), cromos do Ragga a berrar por cima dum Jungle Hardcore, aventureiros da jovem família "Grime e Dubstep", além de uns piropos vindos dos confins do Breakcore (tipo "Bush is a pussycloth!").
Conforme o tempo disponível serão acrescentados a esta página artigos sobre produtores, dj's, mc's, discos, editoras e eventos, acompanhados de links para ouvir sons e ver fotos e vídeos.
Em princípio e no fim não haverá por aqui nada de velho e muito menos dos "Tops" (no máximo e de vez em quando, haverá um "desenTOP" com os discos mais picados pelas agulhas cá de casa).
Mais cedo do que tarde, serão também "postadas" umas "FARWARD mixes", feitas nos pratos e na mesa aqui ao lado.
Se quiseres receber as actualizações do FARWARD SOUND, envia um mail para farwardsound@gmail.com com o seguinte assunto: "faz-me um farword (sim, um farword) que eu tou farto de rewinds".
E se não quiseres, envia um a dizer: "tirem-me daqui!!!"
E já agora, se me quiseres ver a "girar-discos" numa (desin)festa (e ouvir coisas com que nunca sonhaste, do género "A Penis Is Just A Great Big Clitoris With A Piss Hole"), envia outro mail e escreve no assunto: "precisamos dum limpa-pistas".
Finalmente, e se não fôr pedir muito, se conheceres algum possível adepto destas (a)berrações musicais, faz-lhe um forward do FARWARD.
Agradecido.