18 abril 2007

SKREAM + dj HATCHA + mc CRAZY D @ Lux - 19.4.07

Lux like Bass steps

O quê?

“Toneladas de Dub à solta”, ou a história de um arrastão dos “graves” ao vivo e quase "às escuras”

Quem?

Três cavaleiros do “Após-Calipso

Onde?

Numa “diz-que-toca” chamada (g)Lux

Quando?

19 Abril 07 (5ª feira)

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SKREAM

Ter crescido em Croydon (bairro do Sul de Londres e capital do Dubstep) não será condição para entrar nos “anais” da mais recente “bomba” musical “made in UK”. Mas ajuda…

Ollie Jones (ou Oliver Jones, ou Skream) apesar de ter deixado de ser “teenager” há pouco tempo, leva já mais de 5 anos na produção de “malhas”.

Como tantos outros, dava-se mal na escola e dava-se mal com “profs”.

Sonhava trabalhar numa “record shop”, de preferência na mesma "Big Apple" onde o irmão (“Jungle dj”) labutava.

Acabou por consegui-lo aos fins-de-semana, na mí(s)tica "grande maçã" de Croydon, uma “arca de noé” dos discos onde se ouvia e vendia Garage e Jungle, entre outras coisas, além de servir também como ponto de encontro e de partida para os pioneiros do menos conhecido "Dub'z Tap" (traduzível, neste sentido, por "palmadinhas do Dub").

Foi lá que Skream descobriu as produções de Horsepower e El-B, duas das suas inspirações iniciais.

E foi lá que conheceu também o influente DJ Hatcha e o seu primeiro parceiro, Benga.

Com 15 anos e com a ajuda do “Fruity Loops”, as paredes do seu quarto, onde permanecia fechado dias seguidos, começaram a fazer eco dum darkstep minimalista, “aspirado” na Londres decadente dos bairros periféricos, habitados por jovens frustrados.

Depois de muitas noites FWD (as primeiras sessões de divulgação do Dubstep em Londres) e de muito trabalho de casa (em frente ao PC), sai da toca em 2003 com Benga e o EP “The Judgement” (na Big Apple Records).

No ano seguinte, a mesma dupla, através da mesma editora, atira com o pesado e meditativo “Hydro”.

O "grito" começava a ouvir-se...

A entrada em cena dos Digital Mystikz trouxe consigo linhas mais melódicas, tons mais coloridos e sobretudo uma aproximação ao UK Dub, contagiando pelo caminho Kode9 e Skream.

Dito de outra forma, enquanto uns estagnaram, repetindo fórmulas infinitamente até à exaustão e à chatice, estes 3, e poucos mais, continuaram a evoluir e a inovar.

Alguns, “menos a leste”, já sabem que foi com “Midnight Request Line” que o processo de adesão ao “Skream Step” atingiu proporções alarmantes.

Entre os vários “tremores de terra” sentidos aqui na zona, abalaram-nos a inconsciência EP’s como “Acid People” ou “Skreamizm” (volumes 1 e 3), as remisturas para “Badman revisited” de Qualifide, “Never warned” de MRK-1 ou “Assumptions” com G-Squad, sem esquecer “Skream!” (o LP editado pela Tempa em 2006).

Contrariando os “3 pseudo-mandamentos caretas do Dubstep” (“não uses vozes descaradamente e se tiver que ser, que seja subtilmente”, “não faças álbuns que a malta quer é dubplates” e “não dês abébias às editoras, se não és comido”), “Skream!” (o álbum) acabou por se tornar na “obra-tia” do género.

Além do irreversível impulso obtido, como quem sobe as escadas do “underground” até à “superfície”, é caso para dizer que se diversidade e originalidade fossem um posto militar, este disco seria, provavelmente, nomeado “Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas”.

Temas “i-zemplares”:

- “Blue eyez”, a lembrar os guerrilheiros do UK Steppers dos anos 90

- o digi-dub-reggae de “Stagger

- “Check it”, um jump-up com “sua alteza irreal” Warrior Queen

- o uptempo-steppers-skazado de “Dutch flowerz”, ou

- o grimey “Tapped” feat. JME

Se não restam dúvidas de que o “puto” é um dos grandes responsáveis pela “libertação” deste som relativamente ao “buraco negro” em que nasceu, falta saber que outras fronteiras vão eles atravessar daqui em diante.

Há quem diga que o futuro trará “bigger subs’n’bigger clubs”.

Pelo menos em relação a “bigger clubs”, esse futuro é já amanhã.

HATCHA & CRAZY D

Progenitor e principal divulgador do Dubstep, Hatcha vem também de Croydon e anda a “mixá-las” há uma década, tendo começado pelo UK Garage/2 Step.

Em 2001, deu assistência ao parto do “primo mais novo” e desde então não faz outra coisa senão alimentá-lo e fazê-lo crescer.

Como DJ, esteve na origem das noites FWD, realizadas inicialmente no Velvet Rooms (Soho) e actualmente a decorrerem no Plastic People (em Shoreditch).

Os exclusive dubplates de que dispõe têm rodado em cada vez mais países e cidades, tal como em programas de rádio, sobretudo nas londrinas Rinse FM e Kiss FM.

Organizador e “misturador” das “bíblicas” compilações Dubstep Allstars (volumes 1 e 4, este último “a meias” com DJ Youngsta), foi ainda "gestor" da Big Apple Records e produtor de alguns temas, um dos quais, "Highland Spring", com Benny Ill.

Crazy D é o companheiro de longa data de Hatcha e um dos poucos MC’s (“mestres de culinária”) directamente conotados com o “sub-mundo” do Dubstep.

Anfitrião desde o início das sessões FWD (abreviatura de “Forward”… mas nada de confusões) e de programas de rádio "cozinhados" pelo parceiro, desenvolveu, ao longo de anos de experiência, um estilo próprio e a noção exacta dos “timings” de entrada, procurando assim potenciar o impacto do “beat'n'bass”.

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Os “espaços deles” ficam aqui:

SKREAM www.myspace.com/skreamuk

HATCHA www.myspace.com/djhatcha

CRAZY D www.myspace.com/crazydubstep

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No “Tu Entubas” há muito que ver... e tremer...

Skream @ DMZ (Janeiro 07)

Skream @ Version – Dusseldorf (Setembro 06)

(a misturar o memorável “Marijuana” de Richie Spice com o seu próprio “Check it” feat. Warrior Queen)

Hatcha & CrazyD @ Plan B – Bruxelas (Fevereiro 07)

No site da Boomkat, podes ler um extenso artigo sobre Skream e comentários a quase todos os discos de Skream, Hatcha e Crazy D, além de streams de várias faixas.

E no “sítio” do Lux(o) há ainda uma interessante entrevista com o “puto” (clicka em "destaques" e em cima do Skream)

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A contaminação prossegue dentro de momentos. Junta-te ao arrastão.