30 abril 2007

Serralves "em chamas" (ou será em festa?)

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA E EM 1º MÃO

2 e 3 de Junho: FILASTINE em Serralves (Porto)

(1ª nota: os Filisteus foram um dos povos que habitaram a Palestina, antes da conquista do território pelos Hebreus. Existem, no entanto, dicionários “iluminados” que definem “filisteu” como alguém “materialista, com desprezo por valores intelectuais ou artísticos”…)

Traduzindo “à letra” a apresentação que faz de si próprio, Filastine é um «especialista em som castanho contra-hegemónico, único “laptopista” ludita do mundo, com a missão de “queimar” o “sinal” a certa malta, através do ruído».

(2ª nota: os “luditas” foram um grupo de operários que, no séc. 19 e na sequência da então recém-iniciada Revolução Industrial, armava motins com o objectivo de destruir tudo o que fosse máquinas)

O rapazinho aqui em cima é produtor, dj (a solo, ou “a meias” no Sonar Calibrado Sound System, com o vizinho de Seattle, Maga Bo, já aqui referido numa das últimas “postas”) e percussionista dos Nettle (um “diálogo” iniciado por Dj/Rupture em 1999, envolvendo “dirty electricity”, Violoncelo, Oud e Violino árabes e as percussões “filisteias”.

Residente em Seattle durante anos (e aparentemente criado em Oklahoma), activista político e anarquista “encartado” (com detenções no currículo), ex-membro da secção rítmica num “bando” experimental de “Roque tribal” anti-globalização (os Tchkung!), Grey “Filastine” fundou ainda uma indy label (Post World Industries) e uma “banda larga” de originais anarco-marchantes, entretanto extinta (a Infernal Noise Brigade), que entre várias técnicas de insurreição urbana (como esta), usava e abusava de quantidades massivas de som e ruídos à volta de um edifício, por exemplo, para impedir ou chatear o normal funcionamento laboral no interior do alvo “cercado” ou para dificultar a realização de reuniões dos “geradores e gestores de pobreza” da Organização Mundial do Comércio e do G8.

As “más influências” deste “atentado à (e)terna insegurança dos estados unidos da amérdica”, vão do smarty HipHop a bandas de metais ciganas, melodias e ritmos do Norte de África, Grime, Ragga, D’n’B, Breakcore, Baile Funk distorcido, Glitch, Batucada, Dubstep “pretensioso”, Noise, Situacionistas, Luditas, “Hashishem”, acabando no essencial que são as ruas.

(3ª nota: os “hashishem” ou “haschichiyn”, “seita” islâmica dissidente, criada no séc. 11, é a percursora dos actuais “kamikazis” que se fazem rebentar com explosivos. Há quem diga que fumavam haxixe antes de cometerem o suicídio & homicídios… tadinho do haxixe... as maldades que ele provocava. Em português, a "seita" ficou conhecida por “Ordem dos Assassinos”, afirmando-se mesmo que a palavra “assassino” poderá ter tido origem nesses "malfeitores"…)

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Viajante compulsivo, hóspede de ex-guerrilheiros (em El Salvador) e de zapatistas activos (no México), este “cidadão do mundo” passou cerca de 2 anos no continente asiático (Índia, Paquistão, Nepal, Bangladesh e Sri Lanka).

Aprendeu a tocar tablas com o mestre indiano Zakir Hussain, partilhou largos momentos com a ancestral família de músicos marroquinos Masters Musicians of Jajouka (nas montanhas do Rif) e “esgravatou” passado e presente de muita música brasileira.

São gaitas marroquinas (as “rhaitas”) iguais às tocadas pelos mestres Jajoukas, as que se ouvem no início de “Judas Goat”, single de apresentação de Filastine, gravado a 3 tempos (entre Marrocos, Rio de Janeiro e Seatlle) e editado no “maravilhoso submundo” da Soot Records de DJ/Rupture (e já agora adicionado à colecção Farward Outono/nverno 2004, na mesma noite em que dj/Rupture actuou na ZDB, em Novembro desse ano).

Em constantemente quebrada batida HipHop e linha de contrabaixo sintetizada, “Judas Goat” é percorrido não só pelas “gaitas” (que neste caso até nem são as dos Jajouka’s, mas outras captadas numa praça em Marrakech – momento registado nesta foto), mas também por percussões árabes e “samplagem” diversa.

Um ainda mais relaxado Hop beat (sem Hip nem Hype), “adubado” com “sopros” ciganos, cordas arábicas e uma afrancesada voz feminina, resumem “Palmares”, lado B de “Judas Goat”.

“Judas Goat" & “Palmares” streamups

Decifrada a primeira e breve mensagem, foi preciso esperar até 2006 para receber mais instruções: “Burn it”, álbum nº1 de Filastine (também "chamuscado" na Soot Records) é uma "fogueira" de múltiplos padrões rítmicos, statements políticos “Coreanos” (quer dizer, “à maneira Core” e não “à maneira da Coreia”), vozes deste e doutros mundos, MC’s desconhecidos mas bem calibrados (das Caraíbas, América do Sul e Norte de África), quilos de sampladagem de toda a espécie, instrumentos da mais diversa origem, gravações feitas em ruas do Rio, Havana, Marrocos e Índia… tudo isto, por cima ou por baixo de breakbeats de Hiphop, “sem pressas” e mais estaladiços que água a pingar numa frigideira com óleo a ferver...

Além das texturas “arabescas”, incluindo as de “Judas Goat” e “Palmares” (temas também presentes no álbum), as principais “sugestões do chefe Farward” vão para o incendiário “Quemalo ya” (um Ragga/Dancehall oriental[ado}, gravado num telhado brasileiro e cantado em espanhol por Ras Mario & Timedo Flow), para “Last redoubt” (com o rapanço, também em “espanholês”, do cubano Randee Akosta) e para a desenfreada Batucada à brasileira “Dance of the Garbageman”.

Para que não fiquem dúvidas, este é um dos poucos álbuns a “estal(ad)ar” há meses num leitor de mp3 que só eu sei...

Se tiveres vontade de apanhar cada uma das “16 queimadelas do 1º grau” de “Burn it”, mete as orelhas aqui ou aqui (e neste caso, carrega depois em pre-listen).

Ainda a propósito do tema “Quémalo ya”, há uma nova edição na Shockout com uma versão instrumental de Filastine e outra de dj/Rupture - aqui..

No “Entubas”, podes ver parte duma experiência entre Filastine e os rappers Rabah (argelino) e Beni (venezuelano), baseada no ”Quemalo” riddim, mas com outro título (“Nuestros sueños”) e realizada em Novembro passado, num quarto apertado com vista sobre Barcelona. Watch in.

Ainda na secção “videonária”, há 4 minutos e meio (de boa qualidade) gravados ao vivo num spot em São Francisco, mais 1/2 minuto dum estridente raggamuffin “passado a ferro“ numa sala de Barcelona (chama-se “Mic Diplomat”, é debitado pelo jamaicano Mr. Lee G e produzido pelo canadiano do Quebec Ghislain Poirier, habitual companheiro de palcos e estúdio das famílias Soot e Shockout).

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Depois das orelhas a arder, nem tentes fugir agora de “La Pistola mas rapida”, a mortífera mix “rebenta-pistas”, gravada por Filastine para o “Blentwellpodcast (onde já entraram DJ C e Maga Bo).

“Blentwell nº7”, selecção e mistura de “Ragga & HipHop goes Middle East 2 meet some bang(in) trickery from a LBL (Laptop Beat Laden)”, recomenda-se esmagadoramente (e com a ajuda desta “traque-lista”).

Mais recentemente (na realidade, há menos de 15 dias) começou a circular (e nalgumas lojas “em linha” até já esgotou), o último “manual da audio-guerrilha”.

Aprovado pela Violent Turd (mais uma “sombra” de Kid606, disfarçada de editora neozelandesa), “Shotgun Wedding – Volume 6” é um CD-mix ao quadrado, a dividir por meia hora de dj/Rupture (designada como “Secret Google cheat codes”) e outra meia de Filastine (chamada “The Mud, The Blood, And The Beer: A Fistfight With The Near East”).

Ainda sem links disponíveis para grandes audições (excepto pequenas amostras, aqui e aqui), pode-se ficar com uma ideia (por escrito) do que lá vem, indo à fonte Tigerbeat6/Violent Turd, ou no caso de Filastine, citando-o directamente: “My half is focused on romany (gypsy) brass, turkish hiphop, and other material from that part of the world versus many mangled beat production”.

O prémio final para os que tiveram a paciência de chegar até aqui, é a possibilidade de ouvir os 50 minutos (todos) da actuação de Filastine no lançamento de “Burn it”, durante uma party da Soot Records realizada no Gramaphone (Londres), em Junho de 2006.

E agora sim… o FIM (ou quase)

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Se queres aprender o “b-a-ba” do “terrorismo filisteu", toma lá nota:

2 e 3 de Junho.

FILASTINE em Serralves (em Festa).

(e nós lá no meio... a rebentá-las)

24 abril 2007

MONKEY STEAK (uk) + THE BASTARDS (pt) no Porto: próximo Sábado, 28 Abril @ Plano B

"Bifes de macaco" me mordam...

Antes de se terem “transformado” nestas belas figuras, no meio de New Cross (south London), Sam Atkins (aka Atki2 - o da esquerda) e Jon Wheatley (aka Hanuman - o da direita) eram Milk Junkies (na companhia de um 3º elemento - dj El Shalamar) e esgalhavam Drum’n’Bass e Ragga com Funk "pesado" e risquinhos de Jazz.

Andaram “presos” às correntes do “drama básico” durante algum tempo, até que em ‘03 começaram a "mutação" com “Party music for twats”, desembrulhando um Ragga/Jungle (em “Jamaican girl style”) e um rude glitchy’n’bleepy D’n’B (em “Shiva Las Vegas”).

No ano seguinte, “The South London Care in the Community Support Group”, confirmou a opção destes 2 amigos danados para a brincadeira, de diversificar o cenário, experimentando desde um acid Hiphop/Funk/D’n’B (“Named and maimed”) a um stoned Garage (“End of the Tem Yard Stare”).

Ao passarem 2ª vez (de mansinho) à porta da “Garagem”, trazem uma dúvida: “Where’s the Ruler?”.

Para percorrerem a “distância” do Garage ao 2 Step, vestem a pele de um personagem literário com duplo significado, “Atticus Finch”.

Rich cat, shit cat” revelava, ao contrário de “Where’s the ruler?”, uma vontade felina de carregar no pedal dos bpm’s e entrar em “contra-pata” na auto-estrada do “cãopitalismo”.

No mesmo sentido foi a produção do álbum “Feeding our paranoia”, inserido no projecto Anarchic Hardrive, editado pela “breakcoriana” Peace Off.

Crowsteppah“ e ”Ruff Ting King“, frente e verso de “Grim Dubs – vol.1” (editado pela Werk, em 2005) levou os Monkey Steak à “desclassificação” musical, suscitando a “invenção” de termos como Grim (sem “e”), Dublame e Wackstep para caracterizar uma “next little ting”, que nunca chegou a sê-lo (quanto mais um “carimbo”).

Em compensação, “as novas aventuras na terra do Dubstep”, acabaram por lhes valer a subida à 1ª divisão (mesmo sem cheirar o topo da tabela).

Nos últimos meses, dj Pinch, “boss” da Tectonic e “capitão de equipa” dos “Bristol Dubsteppas”, remisturou-lhes “Lighthouse Dub” (na traseira de um 12” da Punch Drunk) e o original de “Guilty pleasures” (EP de Atki2 em nome pessoal, mais uma vez com edição da Werk Discs).

Ainda a título individual, recebeu outros 2 convites da label de Bristol (Werk Discs), primeiro para pilotar o (mono)volume nº5 dos “Grim Dubs”, aproveitando para testar novos Break’n’Dub steps (lado A – “Year of the Cockerel” / lado B – untitled) e depois para dar uma mãozinha e não só na compilação “Grim FM”, contribuindo com vários temas, não só como Atki2, mas também como Monkey Steak, além de um outro, assinado por Hanuman.

Os nova-iorquinos Team Shadetek deixaram-se levar também pelo “ruff driving”, abrindo-lhes as portas da sua editora ao Basscore de “Pout and Purchase” (no encontro promovido em “The Dudes EP”) e a “Sweaty palms”, 12” com o orgulhoso “Shocking out proud” (feat. Renee Silver), um dos maiores “un-natural dancehall killers” dos últimos tempos.

Já em Fevereiro deste ano, Atki2 teve a companhia dos catalães 23Hz & Numaestro, em “The Substratum EP” (Immerse Records), denunciando uma travagem a fundo para momentos de rara e profunda “doçura” dubsteppiana.

Voltando ao dueto Monkey Steak, falta referir a remistura para “Haiku” (Combat Recordings), e o “Ras(g)gamato no Hard Jungle”, com a ajuda da speedada “amiga” Death$ucker Records.

Big up yourself”, outro 12” “rachado ao meio”, dessa vez entre Monkey Steak e Parasite (“dono” da Death$ucker), merece (e tem) lugar cativo na selecção principal dos Ragga/Jungle’s “esmagados” no “Farward-sem-sistema”.

A ligação à Death$ucker teve ainda outras consequências agravadas, em finais de 2006, com a saída de “Electric Birdland”.

Por um lado (o A), atiram-se ao Jungle ”ja(maica)nado”, com “Too late” (que podem ouvir todo aki) e “Toxic RIP VIP” (homenagem às extintas “Toxic Dancehall” nights, principais reuniões do movimento Breakcore e afins, em Inglaterra, entretanto terminadas e substituídas pelas “Goatlab”).

Por outro lado (B), convidaram-nos a um “Bass shaking meets Bollywood strings with a grimey flavour ” em “Black milk” e “Gaza stripclub”.

É “prontos”: será a partir desta “brevíssima” lista que os Monkey Steak executarão o seu plano A, no Plano B.

Se os quiserem ouvir a “mixar”, também podem.

MONKEY STEAK @ myspace

MONKEY STEAK @ tripod

ATKI2 @ myspace

ATKI2 blogspot

HANUMAN (entrevista):

www.spannered.org/music/1116/

THE BASTARDS

Nem só de “bifinhos de macaco” se faz a ementa da noite “Yes Yes Y’all”, pronta a varrer o Porto, no próximo Sábado

Uma “bastarda” dupla portuguesa servirá as “entradas”…

Criada recentemente por Tiago Oudman e Mr. Gasparov (com passado ligado ao D’n’B), a dupla de Dj’s/produtores The Bastards cozinha, em lume brando, doses variáveis de Dubstep, Grime, Electro, Breaks e outros pitéus.

Os 4 anos emigrados em Inglaterra (Edimburgo e Bristol) deram tempo para frequentar cursos avançados de culinária musical “urbanística”, adquirindo “competências & (com)potências” invulgares por estas bandas.

Ainda sem qualquer edição oficial, pode-se, no entanto, provar do mel, pelo EP “Strange Attractor” (2006) e pelo tema “Pankeka”, disponíveis no “espaço de Mr. Gasparov”, ou pela “The Infamous mixtape”(“descarregável em www.myspace.com/thebastardslisboa

Como aperitivo do menu “à moda do Porto”, os “Bastardos” repartem pratos no Souk “alfacinha”, hoje mesmo - 3ª, 24 de Abril.

step farward!

18 abril 2007

SKREAM + dj HATCHA + mc CRAZY D @ Lux - 19.4.07

Lux like Bass steps

O quê?

“Toneladas de Dub à solta”, ou a história de um arrastão dos “graves” ao vivo e quase "às escuras”

Quem?

Três cavaleiros do “Após-Calipso

Onde?

Numa “diz-que-toca” chamada (g)Lux

Quando?

19 Abril 07 (5ª feira)

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SKREAM

Ter crescido em Croydon (bairro do Sul de Londres e capital do Dubstep) não será condição para entrar nos “anais” da mais recente “bomba” musical “made in UK”. Mas ajuda…

Ollie Jones (ou Oliver Jones, ou Skream) apesar de ter deixado de ser “teenager” há pouco tempo, leva já mais de 5 anos na produção de “malhas”.

Como tantos outros, dava-se mal na escola e dava-se mal com “profs”.

Sonhava trabalhar numa “record shop”, de preferência na mesma "Big Apple" onde o irmão (“Jungle dj”) labutava.

Acabou por consegui-lo aos fins-de-semana, na mí(s)tica "grande maçã" de Croydon, uma “arca de noé” dos discos onde se ouvia e vendia Garage e Jungle, entre outras coisas, além de servir também como ponto de encontro e de partida para os pioneiros do menos conhecido "Dub'z Tap" (traduzível, neste sentido, por "palmadinhas do Dub").

Foi lá que Skream descobriu as produções de Horsepower e El-B, duas das suas inspirações iniciais.

E foi lá que conheceu também o influente DJ Hatcha e o seu primeiro parceiro, Benga.

Com 15 anos e com a ajuda do “Fruity Loops”, as paredes do seu quarto, onde permanecia fechado dias seguidos, começaram a fazer eco dum darkstep minimalista, “aspirado” na Londres decadente dos bairros periféricos, habitados por jovens frustrados.

Depois de muitas noites FWD (as primeiras sessões de divulgação do Dubstep em Londres) e de muito trabalho de casa (em frente ao PC), sai da toca em 2003 com Benga e o EP “The Judgement” (na Big Apple Records).

No ano seguinte, a mesma dupla, através da mesma editora, atira com o pesado e meditativo “Hydro”.

O "grito" começava a ouvir-se...

A entrada em cena dos Digital Mystikz trouxe consigo linhas mais melódicas, tons mais coloridos e sobretudo uma aproximação ao UK Dub, contagiando pelo caminho Kode9 e Skream.

Dito de outra forma, enquanto uns estagnaram, repetindo fórmulas infinitamente até à exaustão e à chatice, estes 3, e poucos mais, continuaram a evoluir e a inovar.

Alguns, “menos a leste”, já sabem que foi com “Midnight Request Line” que o processo de adesão ao “Skream Step” atingiu proporções alarmantes.

Entre os vários “tremores de terra” sentidos aqui na zona, abalaram-nos a inconsciência EP’s como “Acid People” ou “Skreamizm” (volumes 1 e 3), as remisturas para “Badman revisited” de Qualifide, “Never warned” de MRK-1 ou “Assumptions” com G-Squad, sem esquecer “Skream!” (o LP editado pela Tempa em 2006).

Contrariando os “3 pseudo-mandamentos caretas do Dubstep” (“não uses vozes descaradamente e se tiver que ser, que seja subtilmente”, “não faças álbuns que a malta quer é dubplates” e “não dês abébias às editoras, se não és comido”), “Skream!” (o álbum) acabou por se tornar na “obra-tia” do género.

Além do irreversível impulso obtido, como quem sobe as escadas do “underground” até à “superfície”, é caso para dizer que se diversidade e originalidade fossem um posto militar, este disco seria, provavelmente, nomeado “Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas”.

Temas “i-zemplares”:

- “Blue eyez”, a lembrar os guerrilheiros do UK Steppers dos anos 90

- o digi-dub-reggae de “Stagger

- “Check it”, um jump-up com “sua alteza irreal” Warrior Queen

- o uptempo-steppers-skazado de “Dutch flowerz”, ou

- o grimey “Tapped” feat. JME

Se não restam dúvidas de que o “puto” é um dos grandes responsáveis pela “libertação” deste som relativamente ao “buraco negro” em que nasceu, falta saber que outras fronteiras vão eles atravessar daqui em diante.

Há quem diga que o futuro trará “bigger subs’n’bigger clubs”.

Pelo menos em relação a “bigger clubs”, esse futuro é já amanhã.

HATCHA & CRAZY D

Progenitor e principal divulgador do Dubstep, Hatcha vem também de Croydon e anda a “mixá-las” há uma década, tendo começado pelo UK Garage/2 Step.

Em 2001, deu assistência ao parto do “primo mais novo” e desde então não faz outra coisa senão alimentá-lo e fazê-lo crescer.

Como DJ, esteve na origem das noites FWD, realizadas inicialmente no Velvet Rooms (Soho) e actualmente a decorrerem no Plastic People (em Shoreditch).

Os exclusive dubplates de que dispõe têm rodado em cada vez mais países e cidades, tal como em programas de rádio, sobretudo nas londrinas Rinse FM e Kiss FM.

Organizador e “misturador” das “bíblicas” compilações Dubstep Allstars (volumes 1 e 4, este último “a meias” com DJ Youngsta), foi ainda "gestor" da Big Apple Records e produtor de alguns temas, um dos quais, "Highland Spring", com Benny Ill.

Crazy D é o companheiro de longa data de Hatcha e um dos poucos MC’s (“mestres de culinária”) directamente conotados com o “sub-mundo” do Dubstep.

Anfitrião desde o início das sessões FWD (abreviatura de “Forward”… mas nada de confusões) e de programas de rádio "cozinhados" pelo parceiro, desenvolveu, ao longo de anos de experiência, um estilo próprio e a noção exacta dos “timings” de entrada, procurando assim potenciar o impacto do “beat'n'bass”.

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Os “espaços deles” ficam aqui:

SKREAM www.myspace.com/skreamuk

HATCHA www.myspace.com/djhatcha

CRAZY D www.myspace.com/crazydubstep

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No “Tu Entubas” há muito que ver... e tremer...

Skream @ DMZ (Janeiro 07)

Skream @ Version – Dusseldorf (Setembro 06)

(a misturar o memorável “Marijuana” de Richie Spice com o seu próprio “Check it” feat. Warrior Queen)

Hatcha & CrazyD @ Plan B – Bruxelas (Fevereiro 07)

No site da Boomkat, podes ler um extenso artigo sobre Skream e comentários a quase todos os discos de Skream, Hatcha e Crazy D, além de streams de várias faixas.

E no “sítio” do Lux(o) há ainda uma interessante entrevista com o “puto” (clicka em "destaques" e em cima do Skream)

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A contaminação prossegue dentro de momentos. Junta-te ao arrastão.

08 abril 2007

"Worst Off": Março'07

Depois do "esmaga-o-sucesso" que foram as 3 reacções ao artigo e entrevista de DJ C, prosseguimos a nossa "barulhenta" (desen)caminhada com um imparável “(uns)TOP 11” dos “piores” discos editados em Março.

Começando pelo fim, o faz-de-conta-que-é-um-prémio “Worst Off of the month”, vai para...

MAGA BO: “Confusion of Tongues #1” – Soot Records 12” – Soot 13

a.1. Maga Bo feat. K-Libre - "Nakhil"

a.2. (Nettle mix)

a.3. (a capella)

b.1. Maga Bo feat. Bigg - "3Akel"

b.2. (Dr. Das mix)

“Confusion of Tongues #1” é o 1º de 2 EP’s do americano radicado no Rio de Janeiro Maga Bo, editado pela Soot Records de DJ/Rupture, a partir do mixtape CD com o mesmo nome.

Os mais (des)entendidos dirão que se trata de um fenómeno invulgar de HiPhOp Electrónico Oriental.

Outros, mais "descontraídos", pensarão, talvez, em Grime das Arábias.

Se és "amigo" do DJ/Rupture, vais querer ser amigo do Maga Bo também.

"Créditos" e "chukrans" aos rappers marroquinos K-Libre e às misturas de Nettle (outro projecto de mr. Rupture com "selo" Soot) e de Dr. Das (ex-baixista dos Asian Dub Foundation).

"Nakhil", a 1ª faixa do EP, cantada em árabe pelos K-Libre, pode ser ouvida no “murdoch space” de Maga Bo (tal como outra, pelos trovadores senegaleses Pee Froiss, do futuro "Confusion of Tongues #2").

A "Nettle mix" está disponível no "espaço" dos Nettle.

Os restantes temas de "Confusion of Tongues #1" - uma versão a capella de "Nakhil" e "3Akel" feat. Bigg (versão original e "Dr. Das mix") -, só em stream.

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WORST OFF - Março 07

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» DUBSTEP (more’den GRIME) »

- KODE9 & SPACEAPE / MASSIVE MUSIC – “Find my way” – Hyperdub 12” (HYP 006)

- EKSTRAK/L WIZ – “Mass Dampers” – Red Volume Germany 12” (RedVolume01)

- CROOKED ONE – “Annihilation” – Starksound Recordings 12” (STRK001)

- MALA – “Changes” - Deep Medi Musik 12” (MEDI04)

- PLASTICIAN (ex-PLASTICMAN) – “Plastician” EP – N19 Recordings 12”

- MUNDO & Lifted MC – “My sound”/”Burn it down” – Dub Assembly 10” (DA 003)

- V / A (inc. Istari Lasterfahrer & DJ Phokus) – “We bomb fi Dub #1” - Sozialistischer Plattenbau 12” (SPB2007)

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» RAGGA JUNGLE & BREAKCORE »

- NSF / SUMONE / LOETECH – “Big time” – Soothsayer Dubplatelet 12” (SSBLOOD001)

- EZ SNIPER – “Dead dem” / “Clash dem” – Lion Heart 12” (Lion Heart 001)

- CARDOPUSHER - "I need someone I can imitate" - Wood Records 12" (Wood005)

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